2009 – 03 – I/o, por Marcello Cals

nada é feito para ser arte. arte é a sua capacidade de absorção, e não a minha de criação. o que pra mim não é absolutamente nada para você é genial, ou vice-versa. Insistimos em botar à prova o que nos é dado como arte e nos elegemos gênios quando vimos tudo em nada. Minha estorinha é mais ou menos por aí. A melodia, novamente, veio do nada. A segunda parte, no entanto, surgiu quando fui tentar aprender a harmonia da melodia que havia criado. Uma busca por um acorde equivocado me deu idéia de uma nova melodia.

em 5min mais letras escritas, em 2h30 tudo gravado e mixado. interessante que a melodia, apesar de geralmente surgir do nada, é sempre dentro do clima que estou propondo. assim como uma roupa não cabe em todos os corpos, não acredito que uma melodia sirva a qualquer letra. uma coisa completa a outra, e isso já é filtrado inconscientemente.

i/o

Sentou frente àquela imagem,
e buscou o significado da origem dessa razão decodificada em cores:
Ter a compreensão, algo de maior que houvesse em si.

Levou tempo incalculável, mas chegou no seu resultado.
E ardeu em satisfação, de sorriso em lábios.
Traduziu da situação algo genial que houvesse em si.

E enfim descansou.
Não que houvesse uma dor,
mas só trouxe o sossego quando viu triunfar.
Tanto se empenhou que alcançou vitoria dessa guerra em paz

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Pintou em sua tela em branco o que lhe bem passou por sua cabeça:
É só registro e distração:
foi qualquer bobagem sem anseio de criação ou gerar debate.
Foi sem ter qualquer intenção que ele fez que “arte” houvesse ali.

E nem considerou que houvesse uma dor.
Viveu sempre em sossego, nem tentou incitar.
Tanto que, encostou este quadro, e em dois dias nem lembrava mais.

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