2009 – 17 – Andrade, Antunes e Alguém, por guga_bruno

tinha uma ideia muito vaga sobre o que escrever e uma semana muuuuiiito atarefada , não consegui parar nem um instante pra desenvolve-la . mas tirei meia-hora aqui e saiu alguma coisa . a ideia surgiu da postura do sujeito , apontando numa direção enquanto fala algo .

na minha cabeça , fala de suas impressões sobre “no meio do caminho” , um dos poemas mais conhecidos do drummond ( claro ! o cara encontra drummond na praia de copacabana e vai dizer pra ele o que acha de seu poema ) ; a postura dele , pra mim , é exatamente a de alguém falando “aquele verso especificamente …” ( “gostei muito , mas aquele verso especificamente me chamou a atenção …” ) .

puxei uma batida no violão e comecei a balbuciar a frase . a semelhança ( inegável ) com arnaldo antunes é totalmente involuntária e inconsciente ( raramente ouço arnaldo antunes ) , mas deixei rolar assim mesmo , por falta de tempo de procurar soluções um pouco mais originais . a letra acabou sendo bem arnaldo também . então tive que incluí-lo no título .

—-

Andrade , Antunes e Alguém
( guga_bruno )

aquele verso especificamente
aquele verso especificamente
chamou atenção
chamou meus olhos pra ele

aquele verso especificamente
aquele verso especificamente
me fez olhar diferente
pras pedras
no meu caminho
no meio caminho
há pedras

aquela pedra de bronze à frente
aquela pedra de bronze à frente
chamou atenção
chamou meus olhos pra ela

aquela pedra de bronze à frente
aquela pedra de bronze à frente
me fez olhar calmamente
pros versos
no caderninho
do meu caminho
adverso

aquela gente se rindo da gente
aquela gente se rindo da gente
me fez bem mais paciente
que o resto
e o que me resta
é ser mais verso e pedra

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.