2009 – 14 – Amanda, José e a estrada da Abadia, por Gabriel Menezes

Então, caros leitores e ouvintes…em se tratando dos Beatles, qualquer homenagem soa pequena para tanto que eles nos deram. As suas influentes composições, arranjos e letras fazem eco até os nosso dias de hoje. E, como todo grande fã do fab four, não poderia ser diferente comigo. A obra dos Beatles teve um profundo impacto na minha visão estética e, precisamente por conta disso, é fácil “pescar” elementos de suas músicas em minhas canções.


Como o assunto aqui é o excelente disco Abbey Road, decidi me deixar levar ainda mais por esta óbvia influência e, nesta canção, tentei seguir mais ou menos a linha de “Because” e “You never give me your money”. Bom, a idéia da música é esta. Para a letra, eu pensei em uma historinha esquisitinha e com um certo humor, lembrando “Maxwell’s silver hammer”. Para escrevê-la, recorri ao meu “dicionário de bobagens”: o (hilário) blog de Fernando Moreira:
http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/default.asp
(eu sei, estou fazendo propaganda do cara, mas é realmente impagável as notícias que ele posta lá!)
Acabou que juntei umas três histórias inusitadas para criar uma: a letra fala sobre a crise no casamento de duas pessoas mais velhas. Em meio a tantas confusões (e misteriosos assassinatos), eles acabam se reencontrando e redescobrindo o desejo que sentem um pelo o outro. Bom, o final (e, essencialmente, a história) terá o teor que você, caro leitor, quiser. Se fores uma pessoa otimista, estamos tratando de uma comédia. Por outro lado, se o copo d’água está metade vazio para você, você encontrará um drama!
Afinal, o resultado é o apresentado: “Amanda, José e a estrada da abadia”. Espero que curtam e sintam, mesmo que um pouquinho, o clima do canto de cisne dos Beatles.
Até!

—-

Amanda, José e a estrada da abadia
(Gabriel Menezes)

She’s crying like a milky river.
Ah…
when the fever
begins to glow and meets her eyes,
her mind blows my lies.

I don’t wanna be there when she’s gone.
She’s not gonna scream that we were wrong.
We failed with each other and our lips were left alone,
‘cause we were so young…

Eles paqueravam moças na estação.
As garotas sabem, é uma tradição.
Mas, um dia, deu-se uma invasão…

Uma velha mulher nua os assustou!
“Quem me quer? Quem me quer?”, ela gritou!
E acabou que ninguém a desejou…

Depois de tanto desprezo, ela quis se vingar.
Os homens que a magoaram, agora vão pagar!
Eles, um por um, caíram diante do seu canhão.
(“Não, Amanda, não”) “Não me chame assim”, dizia.
“Hoje meu nome é João”.

Ontem uma loucura ela inventou
que, amanhã, à venda estará
nas melhores lojas e revistas de moda.
Comprem já!!

Viu de manhã um rapaz nas capas dos jornais
sem expressão no olhar.
Ao notar
que era alguém bom demais,
José resolveu esquecer
o pranto e decidiu varrer
com o sangue a honra do amigo. (“Não vai escapar!”)
Foi até o inimigo (“Não! É Amanda!”)
e desistiu…

Quando o sol pôs-se a brilhar.
Quando a canção nunca mais parou de tocar.
Por fim, ela vai se entregar…

Quando o sol pôs-se a brilhar.
Quando a canção nunca mais parou de tocar.
Por fim, eles vão se encontrar…

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